Ah! Minha sábia mãe, Dona Tereza, costumava me dizer: “Palavra tem semente!”. Sinceramente, na época eu estava muito ocupado tentando entender a raiz quadrada das equações matemáticas para pensar a respeito. Só agora com mais experiência realmente começo a entender a força e o real significado desse ditado ou sabedoria popular.
Usamos as palavras para traduzir o que sentimos, pensamos e também para nos comunicarmos com as pessoas ao nosso redor. Através de nossas palavras deixamos um rastro por onde passamos, pois provocamos emoções naqueles que nos escutam: alegria ou tristeza, coragem ou medo, conforto ou desamparo, amor ou ódio, amigos ou inimigos…
Lembre-se de um amigo com quem você adora conversar? Pense em outro que te deixa incomodado ou desconfortável? A diferença não está só nele, mas naquilo que ele costuma comunicar, especialmente, nas suas palavras. Da mesma forma que as palavras proferidas por ele provocam emoções em você, suas palavras também provocam algo em todos ao seu redor.
Que palavras você escolheria para definir você mesmo? E qual palavra os outros escolheriam para descrever você? Experimente perguntar aos seus amigos, mas esteja preparado para as respostas. Afinal, palavras despertam emoções. E relacionamentos entre amigos, casais e equipes têm um valor proporcional à qualidade e à quantidade das palavras pensadas, ditas e plantadas.
Recentemente, um colega com quem tinha pouco contato faleceu e tive uma rara curiosidade de ler sua última postagem numa rede social. E não contente, resolvi navegar por seu mural e descobri através de suas palavras, uma rica plantação. E por falar em redes sociais, seu mural pode ser o mais belo e encantador jardim, como também o mais duro e desesperador deserto. Assim como na vida, seu mural é o resumo das palavras que você deixará para o mundo, quando partir.
E se pararmos para refletir que também conversamos com nossos botões, descobriremos quão limitantes ou fortalecedoras poderão ser nossas palavras. Nas conversas que temos em nossas mentes, algumas vezes ensurdecedoras, outras vezes silenciosas, dizemos palavras que também nos despertam emoções, lembranças e pensamentos. Ou podemos ser nosso maior amigo, aliado e companheiro, ou nosso mais cruel inimigo, torturador e carcereiro.
Você lembra quando a professora pedia para fazer um resumo de um livro? Ou quando alguém pedia para você contar em resumo a história de um filme? Muitas vezes somos um resumo ou resenha de uma obra mais completa que poderíamos ser se não nos limitássemos por nossas palavras. Podemos escrever uma história mais feliz, completa e poderosa, mas algumas vezes insistimos em escrever um roteiro triste e resumido para nossas brancas páginas da vida.
O seu destino dependerá sobremaneira de seus hábitos. Seus hábitos serão o resumo de seus atos. Seus atos serão o resumo de seus pensamentos. E seus pensamentos serão resumidos em palavras. No final, seu destino será a expressão e tradução de suas palavras. Enfim, seu destino será a colheita final de sementes plantadas na forma de palavras.
Então, por que continuar com palavras que só promovem desertos em nossas vidas e nas dos demais? Sejamos a mais feliz, justa e perfeita tradução do que escrevemos com nossas palavras. Não sejamos um projeto de colheita de sementes mal plantadas, ou sequer plantadas. Sejamos uma colheita rica, completa e abundante de boas e selecionadas sementes.
Bom plantio!
19/02/2014